BASTANTE ou BASTANTES?
Como advérbio de intensidade é invariável: “Eles trabalharam BASTANTE
para chegar até aqui.” “Eles ficaram BASTANTE cansados.” (Neste caso, é
preferível usar “MUITO cansados”)
Como pronome indefinido (=antes de um substantivo), deverá concordar com
o substantivo: “Está com BASTANTES problemas para resolver.”
(É melhor: “MUITOS problemas) “O dia fica aberto, com BASTANTE sol em
todas as regiões.” (Simplesmente “com sol” seria melhor)
Devemos evitar o uso de BASTANTE como pronome indefinido.
Como adjetivo (após um substantivo = suficiente), deve concordar com o
substantivo: “Ele já tem provas BASTANTES para incriminar o réu.” (É
melhor: “provas SUFICIENTES”) “As provas já são BASTANTES para
incriminar o réu.” (É melhor: “As provas já são O BASTANTE para incriminar o
réu.” / É preferível: “As provas já são SUFICIENTES para incriminar o réu.”)
VOCÊ SABE…
…qual é o numeral ordinal de 200? Ducentésimo! (ducentésimo, numeral (lat. ducentesimu) 1 Ordinal de duzentos. 2 Que ocupa o último lugar numa série de 200. S.m. Cada uma das duzentas partes iguais em que se divide um todo. Classe gramatical de ducentésimo: Substantivo masculino. Separação das sílabas de ducentésimo: du-cen-té-si-mo. Plural de ducentésimo: ducentésimos) Os números, volta e meia, nos dão alguma dor de cabeça.
Primeiro foi aquele jornalista que disse: “Fulano de Tal, um
septuagenário de 83 anos…” Ora, com mais de 80 anos já é um octogenário.
Septuagenário ou setuagenário é quem tem de 70 a 79 anos de idade. Quanto ao
número 80, é bom lembrar que o ordinal é octogésimo, e não “octagésimo” como
frequentemente ouvimos.
Na última Bienal do Livro no Rio de Janeiro, mais uma vez tivemos a
oportunidade de ouvir, durante a entrevista de um deputado, aquele velho
chavão: “A bienal está tão maravilhosa que deveria realizar-se todo ano”. Acho
ótima ideia, desde que troque o nome… Bienal todo ano não dá. Para quem não
“caiu a ficha”, todo ano seria anual, já que bienal é de dois em dois anos.
E por falar em políticos, muitos
nos dão um péssimo exemplo de pobreza vocabular. Ninguém mais fala, afirma ou
opina; todos “colocam”. A maioria, em vez de perguntar, prefere “colocar uma
pergunta”; em vez de expor suas ideias, só quer “fazer colocações”.
Outro dia, durante uma mesa-redonda, um participante me pediu:
“Professor, posso fazer uma colocação?” E eu, rapidamente, respondi: “Em mim,
não!”
E voltando ao Senado, lembrei-me de um triste episódio da acareação,
transmitida em rede nacional. Depois de tantas colocações, atingimos o clímax
quando um ilustre parlamentar bradou: “Precisamos colocar isso nos anais”. E
queria saber de quem? No fundo, todos nós sabemos…
DESAFIO
O que é pequenez?
a) natural ou habitante de Pequim, quem nasce na
capital chinesa;
b) pequeno cão;
c) mesquinhez, insignificância.
Resposta: letra (c): pequenez é a qualidade ou estado de pequeno.
Pequenez, no sentido figurado, é mesquinhez, insignificância.
Quem nasce ou habita a cidade Pequim é pequinês.
E o cãozinho, apesar de pequeno, também é pequinês.
DÚVIDA DO LEITOR
INRRETORNÁVEL???
“Professor, não encontramos nos dicionários a palavra inrretornável: Ele
fez uma viagem inrretornável. Existe o termo?”
Meu caro leitor, a palavra “inrretornável” não existe. Na verdade, não existe
nenhuma palavra com o grupo “nrr”. Temos “inr” ou “irr”: inremediável ou
irremediável, inrestaurável ou irrestaurável, irretorquível, irreversível…
A nossa viagem sem
retorno, por enquanto vai ficar sem retorno mesmo, pois a palavra
“irretornável” ainda não está registrada no Vocabulário Ortográfico da Academia
Brasileira de Letras.
por Sérgio Nogueira com Adaptações.
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